Prefeito de Contagem quer seqüestrar 10% do salário dos servidores do município
O confisco do Alex. O ainda prefeito de Contagem, Alex de Freitas, encaminhou à Câmara Municipal um Projeto de Lei (PL) que confisca 10% dos salários dos servidores municipais. No texto do PL, ele se justifica tendo em vista a “grave crise financeira que inevitavelmente se aproxima”.
Servidores ativos, aposentados e o 13º. O “seqüestro” de 10% dos salários alcança servidores ativos, inativos, e também o 13º salário. A medida tem vigência até o dia 31 de dezembro 2020. Ou seja, jogará a bomba para o próximo prefeito.
Servidores estrangulados. Em abril a atual gestão já havia cortado o pagamento de vale-transporte e do auxílio alimentação. Também cortou o pagamento das extensões ou prorrogações de jornadas, dentre outras retiradas.
Apenas em Contagem. Em nenhum outro município da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) tal medida foi adotada. Em Belo Horizonte, por exemplo, foi adiada a cobrança do IPTU de comércios fechados durante a pandemia.
Vereadores na parede. Desde que a Prefeitura de Contagem anunciou a medida, em seu site, os vereadores passaram a receber mensagens dos servidores municipais, pedindo pela não aprovação do projeto. _“Contamos com seu bom senso em votar contra tal PL. Logo nos veremos nas próximas eleições. Eu e todo grupo de servidores, bem como toda minha família acompanharemos o seu voto”_, registra uma delas.
Mau momento. Os vereadores se incomodaram com o projeto de lei enviado pelo prefeito. Eles avaliam que Alex, que não passará pelas urnas, colocou o legislativo em rota de colisão com os servidores. Eventual aprovação do projeto colocaria os servidores na oposição ao legislativo. Coisa de 10 mil opositores, qualificados, influentes e espalhados por toda a cidade.
Com pressão, não passará. Nos corredores da Câmara Municipal e no whatsapp, alguns vereadores já registram que votarão contra o projeto. Além de se tratar de uma medida impopular, temem pela associação da imagem deles a do atual prefeito, que sofre rejeição superior a 70%.
Por Redação Jornal Viva Voz